O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEPB), Cassiano Pereira, soou o alerta para os riscos que a nova tarifa de importação imposta pelos Estados Unidos pode trazer à economia paraibana. A sobretaxa de 50% nos produtos brasileiros está prevista para entrar em vigor no próximo dia 6 de agosto e pode provocar prejuízos superiores a R$ 101 milhões apenas na Paraíba.
Cassiano, que também comanda a Associação Nordeste Forte, reforçou o posicionamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e defendeu que o bom senso e o diálogo com o governo norte-americano precisam prevalecer.
“Essa tarifa vai criar uma situação de perde-perde. Prejudica o Brasil, prejudica os Estados Unidos e fragiliza uma relação comercial importante. Precisamos de serenidade e união para buscar uma solução conjunta”, afirmou.
📉 Impacto direto na Paraíba
Segundo dados da CNI com base no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), os Estados Unidos foram, em 2024, o segundo principal destino das exportações paraibanas, com 21,6% de participação e US$ 35,6 milhões movimentados.
O setor mais afetado será o de alimentos, que sozinho respondeu por mais de US$ 30 milhões das exportações. Em seguida, vem o setor de couro e calçados, com US$ 3,6 milhões.
Com essa concentração, a Paraíba registrou, no ano passado, a terceira maior dependência do Brasil nas exportações para os EUA — o que torna o estado especialmente vulnerável à nova tarifa.
🤝 União de forças
A FIEPB e a Associação Nordeste Forte estão acompanhando de perto o desenrolar da situação e defendem que é hora de convergência e articulação entre os setores público e privado.
“Seguiremos atentos, firmes na defesa dos interesses da indústria e buscando alternativas para minimizar os efeitos dessa crise”, concluiu Cassiano Pereira.