Em 2023, foram 62 pessoas resgatadas. Já em 2025, até o momento, 225 trabalhadores foram retirados de situações degradantes, a maioria atuando na construção civil, principalmente nas cidades de João Pessoa e Cabedelo.
De acordo com os dados, 94% dos resgates ocorreram em canteiros de obras. As fiscalizações resultaram em mais de R$ 2 milhões pagos em verbas rescisórias e indenizações por danos morais. Os valores foram pagos por empresas autuadas após a atuação conjunta do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do MPT e da Defensoria Pública da União (DPU). Em alguns casos, houve assinatura de Termos de Ajuste de Conduta (TACs) com os empregadores.
Tráfico de trabalhadores para outros estados
Além dos casos ocorridos na Paraíba, o MPT também alertou para outra realidade preocupante: paraibanos estão sendo levados para outros estados e submetidos ao mesmo tipo de exploração. Muitas das vítimas são aliciadas no interior do estado com promessas falsas de emprego e acabam escravizadas.
“Quem procura trabalho não pode encontrar escravidão”, destacou a procuradora do Trabalho Marcela Asfóra, coordenadora regional da Conaete/MPT. Segundo ela, novas situações de exploração continuam sendo identificadas, inclusive na última semana, em João Pessoa e Cabedelo.
Mais de 100 resgatados em uma única operação
Na operação mais recente, realizada entre os dias 14 e 23 de julho, 112 trabalhadores foram resgatados em canteiros de obras nas cidades de João Pessoa e Cabedelo. Eles estavam ligados a oito empresas diferentes.
A ação foi coordenada pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), com participação do MTE, MPT, DPU, Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF). Entre os trabalhadores resgatados, havia pessoas vindas de mais de 20 cidades da Paraíba, como Alagoa Grande, Campina Grande, Guarabira e Pilar, além de estados como Pernambuco, Rio Grande do Norte e até Rio de Janeiro.
“O tráfico de pessoas para fins de trabalho escravo é uma realidade e não podemos, de forma alguma, fechar os olhos para esse crime”, reforçou Marcela Asfóra.
Como denunciar
Casos de trabalho análogo ao de escravo podem ser denunciados de forma anônima por meio dos seguintes canais:
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Site do MPT na Paraíba
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Portal nacional do MPT
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Aplicativo MPT Pardal
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Disque 100
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WhatsApp do MPT-PB: (83) 3612-3128
Portal Primeira Pauta PB