O pai da menina Ana Sophia, que desapareceu no distrito de Roma, em Bananeiras, voltou a pedir a reabertura das investigações sobre o caso. A solicitação foi feita nesta sexta-feira (4), quando o desaparecimento da criança completa dois anos.
O Ministério Público da Paraíba confirmou ao Portal Primeira Pauta PB que recebeu o pedido e vai analisar se há fatos novos que justifiquem a reabertura do inquérito. O processo segue sob sigilo até a conclusão dessa avaliação.
O inquérito havia sido arquivado porque o único investigado, Tiago Fontes, está morto, o que impede a responsabilização criminal. Além disso, a polícia considerou que não havia provas suficientes para iniciar uma ação penal.
Se o Ministério Público entender que há elementos relevantes, caberá à Justiça decidir se o caso será reaberto ou não.
O que diz a polícia
A Polícia Civil trata o inquérito como encerrado. As investigações concluíram que Ana Sophia foi assassinada em um crime premeditado e com motivação sexual. O corpo da menina nunca foi encontrado.
Tiago Fontes, apontado como autor do crime, era vizinho da família. Ele morava em frente à residência onde a menina vivia com os pais, em um imóvel alugado pelo sogro dele. Segundo os investigadores, Tiago conhecia a rotina da criança.
Últimos registros
Ana Sophia desapareceu por volta das 12h do dia 4 de julho de 2023, após sair de casa para brincar. Ela foi até a casa de uma amiga, mas voltou ao perceber que a colega não estava. Câmeras de segurança registraram a menina passando na calçada de um mercadinho às 12h36.
Cerca de 150 metros depois, um vulto semelhante ao corpo de uma criança foi visto entrando em uma residência — a mesma onde Tiago Fontes morava. Foi o último registro da menina.
Provas contra o suspeito
A polícia encontrou no celular de Tiago pesquisas sobre decomposição de corpos, estágios de putrefação e o tempo que um fio de cabelo leva para perder a possibilidade de ser identificado por DNA. Ele também buscou sobre o caso da menina Júlia, assassinada na Praia do Sol.
O delegado Aldrovilli Grisi afirmou que Tiago planejou o crime com antecedência. “Em março ele já pesquisava como matar asfixiada uma criança de 7 anos, idade de Ana Sophia na época”, disse.
No dia do desaparecimento, o comportamento de Tiago chamou atenção. Ele colocou o carro na garagem, lavou o local e saiu para o trabalho por uma rota incomum. No dia seguinte, deixou a casa mais cedo do que o habitual.
Durante os interrogatórios, Tiago chegou a se aproximar de uma confissão em três momentos diferentes, mas recuou. Em uma das vezes, disse apenas: “Eu não tenho o corpo”.
Morte do suspeito
Em 12 de setembro de 2023, Tiago Fontes foi dado como desaparecido. Ele havia saído de casa após uma vistoria policial. Seu corpo foi encontrado dois meses depois, em uma área de mata, em estado avançado de decomposição.
Ao lado do corpo havia uma garrafa de bebida alcoólica e uma cama improvisada com capim. A perícia apontou que não havia sinais de violência física. A polícia concluiu que ele cometeu “autoeliminação”.
Mesmo com o encerramento oficial do caso, o corpo de Ana Sophia nunca foi encontrado.
Portal Primeira Pauta PB